quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Hoohoo, cronicas.

Elevador


" Lá estava ele. Cabelos enrolados, um pouco bagunçados, olhos castanhos. No hospital, sozinho. Fora para ver o filho de sua irmã mais velha, que havia nascido.
Entrou no elevador. Uma voz falou.
- Que andar senhor?
- Erm... quinze, por favor.
Ele olhara para a mulher do elevador. Mesmo estando ali, o dia inteiro, sentada naquele banquinho, parecia bem bonita. Não muito magra, cabelos castanho escuro, branca e olhos azul escuro. Lia uma edição da revista CARAS, não muito atentamente. Ele pensou “Wow. Tem bastante tempo até o décimo quinto. Vou comentar alguma coisa…Mas o quê?” e nem percebera que estava olhando fixamente para a mulher do elevador.
Ela pensou: “Xii, ele está me olhando. Parece aqueles que chegam e dizem ‘você vem sempre aqui?’. Mas também parece agradável, culto. Espero que não pergunte isso, sério.”
Ele: “E se eu falar do trabalho dela? Não… imagina só: ‘Ei, como é ficar sentada nesse banquinho sem encosto o dia inteiro, lendo uma revista insuportável e apertando botões?’”. E nesse ponto, o elevador chegou no quinze, e Ele saiu, sem falar nada.
Ao sair da maternidade, e voltar no elevador, outro alguém estava operando a função. Assim Ele foi para casa prometendo a si mesmo que iria falar com Ela. Mas só amanhã, quando voltaria para ver sua irmã e seu sobrinho. Contudo o resto do dia passou, ele teve trabalho e nem pensou no que ia dizer. Já Ela, pensou um pouquinho mais.
Mesmo horário, dia seguinte, ele entrara no elevador. Ele vinha com um livro na mão, e Ela com a mesma revista, se não na mesma página.
- Que andar, senhor? – ela disse com um sorriso leve.
- Erm… quinze, por favor. – ele disse, mais alegre do que da primeira vez.
Ela pensou: “Ele parece culto, que livro grande. Talvez seja bom eu falar com ele, eu estou realmente precisando de alguém sério. Acho que ele vai falar alguma coisa, vou deixar ele falar primeiro, isso.”
Ele pensou: “Caramba, ela realmente gosta dessa matéria. Já sei, vou falar do tempo, sabe… anda meio louco estes dias, ontem sol, hoje cinza…”
Ela: “Será que ele vai falar sobre o tempo? Ai, ele tá olhando pra mim de novo. Vou virar, só pra ele perceber que eu estou vendo.”
“Xii, ela virou. Xii, eu tô olhando, ops.”
- Quente né? – Ele comentou com Ela. Ela fez menção de responder, mas ao mesmo tempo, o elevador parou no décimo terceiro andar, e uma familia, ou melhor, uma comunidade entrou toda eufórica no elevador, espremendo o coitado do homem no fundo, e interrompendo a fala da moça. Quando chegaram no décimo quarto, era hora da moça trocar de lugar com outra, que já estava ali na porta, prontinha para sentar no banco e começar a ler aquela CARAS horrível. Por sua vez, Essa era velha, baixinha, gorda e nem um pouco atraente. Ela, (como ele ficou rebaixado a chamá-la) saiu do elevador no décimo quarto devagar, olhando para trás.
No dia seguinte, o bebê já havia saído do hospital, e o homem não viu motivos para voltar lá. Foi apenas para seu trabalho, onde se esqueceu do ocorrido, e nunca mais pensou nisso.
Talvez, algum dia, eles terão cinquenta anos e se esbarrem em alguma rua, ou até num hospital, mas Ele vai estar muito ocupado, lendo seu livro cada vez mais enorme que o anterior, e Ela muito ocupada lendo a última edição da CARAS."
Por Luiz Conatti.
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Hey galera, hoje tem Supernatural, na warner às 22:OO :D
Peter.

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